4.6.11

HISTÓRIA DO PREFEITO SÔ IANO


“Obrigado por ser meu pai e ser uma pessoa tão honesta e educada”. Foi com estas palavras que Dona Helga Cardoso de Miranda, 86 anos, conhecida como Inhazinha, definiu Cypriano Rodrigues Miranda, ou simplesmente, Sô Iano, como era conhecido o único prefeito de Alto Rio Doce e morador de Vitorinos, durante uma entrevista para alunos da Escola de Missionário, que homenageia o ex-líder político com seu nome. Sô Iano foi prefeito de 31 de janeiro de 1955 a 13 de fevereiro de 1957. Tendo sido antes, no ano de 1951, vereador e presidente da Câmara Municipal.
Nascido em Rio Espera, no dia 24 de setembro de 1884, Cypriano Rodrigues Miranda era filho de Major Miranda, que assim como o filho é homenageado com o nome em uma Escola, mas em Rio Espera, e Dona Maria Miranda. Casou-se com Dona Fausta Gonçalves de Miranda, com quem teve nove filhos, sendo Inhazinha a única ainda viva e hoje morando em Barbacena.
Na política, Sô Iano se destacou como vereador, ocupando o cargo em 1951, sendo neste mesmo ano presidente da Câmara Municipal. A vida na política e de homem respeitado levou Sô Iano, que morava em uma fazenda (a casa ainda de pé mantém mas as mesmas características da época em que era residência de Sõ Iano, porém não pertence mais a família) na localidade de Espinho, zona rural do hoje distrito de Vitorinos, a ser eleito prefeito, pelo PSD, no ano de 1955, sendo empossado em 31 de janeiro.
Problemas de saúde fizeram com que ele se afastasse do cargo no dia 12 de novembro de 1956. Ele não mais voltou ao cargo, vindo a falecer, no dia 13 de fevereiro de 1957, em Conselheiro Lafaiete. Seu corpo foi sepultado em Rio Espera. Com a morte de Sô Iano, o então vice-prefeito Antônio Emeliano de Freitas foi quem assumiu o cargo de prefeito de Alto Rio Doce.
Hoje, a principal homenagem a Cypriano Rodrigues Miranda está em Missionário, apesar dele ter sua vida vinculada a Vitorinos. Contam moradores antigos dos dois distritos que Sô Iano sempre batalhou para levar melhorias para Missionário, que na época era referência, inclusive sendo o local onde estava o cartório da região. Ele também teria sido grande incentivador da área da Educação, algo que poucos políticos faziam naquela época, sendo este um dos motivos pelo qual hoje a Escola de Missionário tem o nome dele.
Vizinho mais próximo da fazenda onde morava Sô Iano, seu sobrinho neto João Messias de Miranda, 71 anos, conta se lembrar muito bem daquele homem alto e forte, principalmente do período em que ele foi prefeito e passava a semana em Alto Rio Doce, mas retornava sempre nos finais de semana para sua fazenda em Vitorinos.
— Como me esquecer daquela época, eu era o responsável por ir com Sô Iano toda segunda-feira até Alto Rio Doce para trazer a mula em que ele viajava para lá. Na sexta, eu fazia o mesmo trajeto para levar o animal para ele voltar para a fazenda — conta João.
Além da política, Sô Iano, assim como é tradição entre os Miranda, gostava muito de jogar baralho, principalmente o jogo de truco. Lembram alguns que em época de chuva, quando pouco se podia fazer no trabalho rural, ele reunião parentes para se divertir com as cartas e chegava a mandar pessoas até em Rio Espera, para que pudessem ficar jogando baralho.

 

©2011 Monitor Regional | Template otimizado por Mauro Santana.CAPELANEWS