MATADOURO DE ALTO RIO DOCE – UM PROBLEMA ALERTADO

Não deveria, mas no Brasil acabaram se tornando comuns as chamadas obras “elefante branco”. A expressão é para justiçar construções que gastam dinheiro público, mas que muitas vezes nem chegam a ser inauguradas. Em Alto Rio Doce, o que deveria ser mais uma conquista para a população, acabou virando um destes “elefante branco”. O sonhado matadouro, que beneficiaria não só os açougueiros, mas toda comunidade, teve o prédio construído, mas parou no prédio. A obra foi feita na administração pública passada, mas coube a atual enfrentar brigas na Justiça e tentar fazer o projeto ser aquilo que estava previsto no papel. Porém, segundo documentos do Estado, em respostas aos pedidos de ajuda da Prefeitura para concluir a obra, “na época da liberação dos recursos foram alertados os exmos. prefeitos municipais convenentes que tais estabelecimentos não teriam condições de registro no Serviço de Inspeção Estadual (IMA)”.
Sem o registro do IMA, possibilidade que já tinha sido alertada aos responsáveis pelo projeto, a Prefeitura não tem como conseguir recursos para adequar o matadouro e assim colocá-lo em funcionamento. E no parecer do Instituto sobre a inspeção estadual, alguns pontos do memorando, que foi usado na resposta ao pedido de ajuda da Prefeitura, mostram como foi feita a obra, durante a administração municipal passada, com o dinheiro público. São cinco pontos levantados, entre eles que: “O terreno aprovado não comporta estabelecimento de grande porte proporcionando abate que atenda a região”; “A planta que foi edificada não oferece fluxo operacional compatível com o que preceitua a legislação Federal e Estadual”, “A área do terreno não permite ampliação do empreendimento visando adequação para registro do IMA”.
Apesar da intenção da Prefeitura de colocar o matadouro em operação, fica claro que as irregularidades cometidas na execução do projeto impedem até mesmo a ajuda do Estado para concluir e colocar o matadouro em funcionamento, gerando assim uma perda para o município e prejuízo a açougueiros e à população.

Posted in: