12.10.09

CARRO DE BOI NA HISTÓRIA


ALEGRIA DO CARREIRO


"É uma tradição que não pode acabar". Assim, o ex-prefeito de Se-nhora dos Remédios Edgar Passos define o carro de boi. Foi Edgar, em seu segundo mandato de prefeito, em 1979, que idealizou e realizou o primeiro Desfile de Carros de Boi. O Evento que teve a presença de 13 carros, em 7 de setembro daquele ano, hoje é tradicional na região, fazendo parte do calendário da Exposição Agropecuária de Senhora dos Remédios. A edição deste ano, a 31ª da história, contou com 94 carros.
A intensão, em 1979, era fazer a primeira Exposição Agropecuária do município, mas faltou incentivo. Porém, Edgar Passos não desistiu de realizar o Desfile de Carros de Boi. Assim, o evento aconteceu na Semana da Pátria, em 7 de setembro, na praça de Senhora dos Remédios, somente com carros do município e sem julgamento.
— Lembro da primeira boiada a fazer sucesso no desfile. Era um carro com bois fortes de um senhor chamado Marinho, que era de Conselheiro Lafaiete e tinha comprado um mato aqui no município. Ele precisava de bois grandes para puxar toras. O carreiro era o José Silvestre. Nesta boiada tinha um boi que se chamava Prefeito — contou Edgar.
Ao comentar o número de carros de boi que participaram do desfile deste ano, que foi de 94, Edgar Passos lembrou o projeto inicial: "Temos que ter coragem de realizar o que acreditamos. Hoje, o desfile é sucesso. Fico muito satisfeito, é gratificante".
E a importância do carro de boi na história também é destacada pelo ex-prefeito: "Quando Senhora dos Remédios ainda pertencia a Barbacena, os carros de boi eram registrados na Prefeitura de lá, pois seus proprietários tinham que pagar o imposto do carro. Tinha até fiscal da Prefeitura aqui".
E o carro de boi não era usado apenas no transporte de cargas. Ele, muitas vezes, era o veículo da família para chegar até as festas, principalmente as religiosas, na cidade, on-de também tinham papel importante, pois era usado na recuperação de ruas, para tapar buracos.
— Olha, até como ambulância os carros de boi acabavam sendo utilizados. Certa vez, o padre José Rocha, que foi pároco em Senhora dos Remédios nas décadas de 30 e 40, estava acamado, mas, ao ser solicitado para dar uma bênção a um doente na roça, explicou para sua irmã, que a princípio disse que ele não poderia sair de casa, que aquela pessoa precisava da bênção. Ele acabou indo deitado em um carro de boi, colocando por cima um couro de boi para se proteger — conta mais uma história Edgar Passos.

 

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